sábado, 19 de novembro de 2011

Entrevista ao Dirigente Espiritual do Templo de Umbanda Pai Oxalá, Pai Cláudio de Oxalá.

Entrevista a Pai Cláudio de Oxalá

PSA: Pai Cláudio, faça-nos, por favor,  um resumo da sua história mediúnica.
Minha historia mediúnica começa entre os 6 e 7 anos, se bem me lembro a frequentar terreiros com minha mãe no Brasil, foi nessa altura que me despertou tambem a curiosidade e a procura do Divino, facto esse que penso, provocado quando meu pai em uma conversa com um amigo diz que Deus não existia, e foi aí que aconteceu e iniciei então, essa busca espiritual. Mais tarde aos 17 anos começo a frequentar o Templo de Umbanda de um amigo em São Paulo, onde comecei meu desenvolvimento mediúnico.
PSA: Descreva-nos um pouco a sua ligação com a espiritualidade e qual a influencia desta na sua vida.
A minha ligação com a espirutualidade foi sempre muito intensa, desde minha mãe que era uma frequentadora assídua, ate a minha busca individual que começou muito cedo. Hoje posso dizer que a influencia da espiritualidade na minha vida é total, esta presente no meu meio social, profissional e com certeza no religioso.
PSA:O que representa a Umbanda para si?
Ela representa uma eterna busca da verdade, de encontro comigo proprio e com os meus semelhantes, acima de tudo, um meio eficaz de ajudar as pessoas a despertarem a consciencia para seus actos, para que descubram uma maneira divina de encontrarem sua felicidade.

PSA: O Pai Cláudio é de nacionalidade Brasileira. Como acontece a sua vinda para Portugal?
Eu nasci em Portugal, fui para o Brasil com 2 anos de idade, onde estudei e trabalhei, entretanto  retornei a Portugal para fazer um curso de auto-cad dentro da minha área de trabalho e,  para depois regressar ao Brasil. Essa intenção de regresso ao Brasil não se verificou por questões profissionais e espirituais.Penso que foi o início da minha missão em Portugal.
PSA: O que o levou a criar a ATUPO?
Quando cheguei a Portugal senti muita carência a nível espiritual e religioso, onde as pessoas recorriam a supostos médiuns e bruxos que se aproveitavam da sua boa fé,  incutindo medo pelo desconhecido e não despertando a consciência e doutrina espiritual. Assim, resolvi iniciar um trabalho mediúnico atendendo gratuitamente as pessoas em sessões de Umbanda que, inicialmente foram feitas em casa da minha mãe.

PSA:Quais os princípios com que pretende nortear a sua Casa?
Os prícipios serão sempre a verdade, a partilha de conhecimento, a união e divulgação da religião como um caminho espiritual sério e, acreditando em um mundo melhor.
PSA: Uma das funções primordiais da Umbanda, como dos Cultos Afro em geral, é servir a comunidade. De que forma o Pai Cláudio pretende levar esse serviço até aos mais necessitados?
A ATUPO fundou um grupo de acção social baptizados de “Filhos de Aruanda” onde foram criadas várias áreas de trabalho: Gestão e manutenção de stock alimentar; Acção Social de onde apoiamos não só a distribuição mensal de alimentos as familias, mas também de obterem subsídios junto das entidades estatais, obtenção de medicamentos; Bolsa de Emprego no sentido de ajudarmos o agregado na procura do seu emprego ou formação profissional; Objecto Mágico em que procedemos á recolha de objectos (móveis, electrodomésticos, etc.) e roupas para as nossas familias e, por fim, para conseguirmos a angariação de fundos e actividades de solidariedade, existe o grupo Desenvolvimento de Projecto.
PSA: Considera que os Portugueses são um povo aberto aos Cultos Afro?
Sim, com certeza, penso que no inicio chegam através da curiosidade, desespero e carência em vários níveis, sejam eles materiais, emocionais e espirituais, mas posteriormente acabam por se identificar com a casa e sua filosofia. Hoje em dia passam pela ATUPO mais de 200 pessoas por
sábado, que seria o principal trabalho de atendimento ao público.


PSA: Na opinião do Pai Cláudio, quais são as principais responsabilidades e missões de um médium na Umbanda?
Um médium na Umbanda, acima de tudo, deve comungar com a filosofia e religiosidade da casa em que está inserido, respeitando os seus preceitos e rituais religiosos. Ter consciência das suas responsabilidades, usando sempre de honestidade e humildade ao exercer as suas tarefas enquanto médium, sempre visando a ajuda ao próximo no seu encontro com o divino e sua felicidade na vida terrena.
PSA: Pode-nos explicar um pouco o que são os pontos na Umbanda e qual o seu propósito?
Na Umbanda temos os pontos cantados e riscados, irei explicar de forma resumida e simples:
Pontos Cantados são orações e mantras cantados que invocam e nos fazem entrar em contato com os Orixas e Guias. Invocados com amor e fé,  criam a atracção, e a energia fundamental para os trabalhos a serem realizados no Templo.
Pontos Riscados seriam a Magia Gráfica de Umbanda usada para diversos fins, tais como: a identidade de um Guia de trabalho e provar sua genuídade, bem como a invocação de uma determinada energia para atracção ou repulsão de uma energia, seja positiva ou negativa e, haveria muito mais para falar deste tema.......

PSA:Na sua opinião, qual o papel / importância dos sacrifícios de animais para os cultos Afro?
Na Umbanda em geral o sacrifício animal não existe. Apenas existe quando alguns dirigentes tem a necessidade de se iniciar nos cultos de nação e, acabam por misturar rituais ou as chamadas Umbandas Omolocôs e Umbandas de Angola, ou ainda o umbandomblé.
Na  Nação o sacrificio além de fazer parte da tradição e cultura, é algo de extrema importância, é algo a se respeitar e ser respeitado, é parte do axé que sempre existiu, não havendo ela, perde seu fundamento.
PSA:Qual é, para si,  o ponto em comum entre a Umbanda, o Candomblé e o espiritismo nos dias de hoje?
O ponto em comum é que desde que seus líderes o façam com responsabilidade, todas elas levarão o  ser humano a aproximação de Deus, de sua filosofia e assim visando o crescimento de seus adeptos enquanto seres espirituais na Terra, independentemente de seus cultos e tradições.
PSA. Considera-se uma pessoa ecuménica?
Sim, considero-me um ecumênico religioso, não tenho pretensão nenhuma de que as pessoas se convertam  em umbandistas, não é isso que procuramos, existindo sim um pensamento de tornar o mundo a nossa volta  melhor, independentemente de seus credos religiosos.
PSA: Como vê a acção de um órgão regulador como a FENACAB no panorama dos cultos Afro-Brasileiros em Portugal?
Acho muito importante no que visa a aproximação e união dos templos, permite também regularização e certificação dos templos enquanto orgãos religiosos,  promovendo sua credibilidade
 para  sua comunidade.
PSA: Gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas que se estão a iniciar no caminho espiritual, não só da Umbanda mas na espiritualidade de uma forma geral?
Gostaria de lembrar que os Orixas devem ser homenageados em todos os dias de nossas vidas, não apenas como Divindades, mas cultuados em nosso Ser, fazer com que realmente cada Orixa faça parte de nós.
Então eu diria que temos que Ser: Como Exu, e levar aos Orixás, os pedidos do Homem e trazermos ao Homem o merecimento de seu pedido, ou o caminho para ser alcançado.
A força de Ogum para nunca desistirmos do que acreditamos;
Amarmos a todos verdadeiramente como Oxum mostra em alguns mitos;
Sermos como Oxoce, o eterno caçador que busca dentro e fora de seus dominios;
Justos com tudo e todos, mesmo que a verdade nem sempre esteja do lado que gostaríamos, assim ensina Pai Xango;
Lembrarmos que Iemanja, é Mãe que dá a vida, cuida, que educa e que prapara-nos para vencer;
A Cura de Obaluaie está tambem em refletirmos sobre nossas imperfeições, e tentarmos curar algumas feridas e doenças como: Egoísmo, medo, falsidade, mentira e tantas outras;
Devemos acreditar que somos capazes, e ter Fé em Oxala de que tudo é possível, e que o limite é aquele em que acreditamos e, como consequencia até onde chegamos...
E aonde queremos chegar?

Entrevista extraída da revista Povo de Santo  Asé
Edição nº21


Pode conhecer o Templo de Umbanda Pai Oxalá através do site www.atupo.com
A Luz de Umbanda avançou com este projecto para que os leitores possam conhecer os Terreiros de Umbanda e as palavras dos seus dirigentes..Há sempre uma curiosidade de conhecer as outras casas..
Deixo aqui um agradecimento a Pai Cláudio de Oxalá, pela sua disponibilidade.
Um abraço para todos os leitores, espero que gostem deste projecto.,.
Mojúba axé

André Monteiro


Conheça o Templo de Umbanda Pai Oxalá!!!


Templo de Umbanda Pai Oxalá
A Comunidade Luz de Umbanda tem o maior prazer de lhe dar a conhecer o Templo de Umbanda Pai Oxalá, sito na Cidade de Braga (Rua do Carvalho). Esse, dirigido por Pai Cláudio de Oxalá que reside em Portugal desde 1991.
No mesmo ano, abriu o Templo de Umbanda Pai Oxalá e após 3 anos devido à falta de condições e espaço para atender o número elevado de pessoas da assistência o Templo mudou para uma Sede com maior espaço.
 No ano de 2008, foi inaugurada a Sede própria da Associação Templo de Umbanda Pai Oxalá. Um sonho que se tornou realidade…
 Na inauguração estiveram presentes alguns dirigentes de Terreiros, juntamente com seus filhos e Pai Élcio de Oxalá, Pai Guimarães de Ogum, Mestre Pedro e a antropóloga Dr.ª Cláudia Saraiva.
Em Novembro de 2008, foi celebrado o Centenário de Umbanda na sede da ATUPO, evento esse que uniu muitos sacerdotes da Umbanda, Condomblé e Catimbó em Portugal. Uma grande União Umbandista e de Cultos Afró Brasileiros.
Hoje o Templo de Umbanda Pai Oxalá conta com aproximadamente 85 pessoas, desde corpo mediúnico, associados e trabalhadores.
 Frequentam e passam pela ATUPO, em média 200 pessoas por sábado (dia do atendimento.)
Dentro da ATUPO desenvolvem – se alguns trabalhos tais como:
 Filhos de Aruanda ( Trabalho de apoio Social),
 Cura e Doutrina Umbandista.
O apoio social dá ajuda a dezenas de famílias carenciadas, apoio que é feito com a participação das pessoas que frequentam os trabalhos da ATUPO ao Sábado.
Os Filhos de Aruanda ( FATUPO) , além das Cestas Básicas mensais para as famílias carenciadas, também dão apoio ás pessoas, junto da Segurança Social, Bolsa de Emprego           ( arranjando emprego ás pessoas desempregadas), apoio psicológico  e Objecto Mágico (juntar equipamentos essencial para casa como moveis, electrodomésticos, etc).
Recentemente uma família carenciada não tinha canalização e electricidade em casa, a FATUPO com os seus membros consegui realizar como por magia todos esses bens essenciais para eles poderem viver.



Uma boa maneira de intercâmbio entre vários elementos da Atupo e, mais que isso uma forma de colocar em prática o lema desta associação:
Umbanda de Fé, Paz, Amor, Caridade e Humildade! “
A doação a quem mais precisa tem que ser sempre feita com amor e humildade para não ferir susceptibilidades.
O trabalho de cura é feito de forma privada por um grupo previamente escolhido e destina-se ajudar pessoas com graves problemas de saúde.
Mais uma vez é um trabalho de amor e doação feito de forma anónima e gratuita..
O corpo mediúnico que “representa” a doutrina umbandista nos seus trabalhos públicos, segue também nestes trabalhos o lema do Cabloco Sete Encruzilhadas “Daí de Graça o que de Graça se recebeste”.
Todos os sábados  as crianças da ATUPO têm doutrina Umbandista, do género da comunhão da Igreja Católica.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Os Fundamentos da umbanda

Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:
  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum, Zambi ou Oxala;
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
  • O culto aos orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
  • A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos";
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;
  • A crença na imortalidade da alma;
  • A crença na reencarnação e nas leis cármicas;

Eu sou Umbandista!

Eu sou Umbandista!
Eu sou Umbandista … Mas o que é isso? O que é ser Umbandista?


É não ter vergonha de dizer: “Eu sou Umbandista”.
É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista.
É se dar, acima de tudo a um trabalho espiritual.
É, saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros, e casas de Umbanda, representam a Religião de Umbanda.
É saber respeitar para ser respeitado, é saber, amar para ser amado, é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de sí para receber um pouco de Deus dentro de sí.
É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus, e quem os recebe os mereceu.
É saber que uma casa de Umbanda,não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.
É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo: irmandade.
É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.
É,saber que nem sempre estamos preparados … que é necessário sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio.
É entrar em um terreiro sem ter hora para sair, ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido.
É, mesmo sem fumar e beber, dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões.
É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para que eu possa, viver meu dia-a-dia, numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.
É sofrer por não negar o que sou (Umbandista), e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação.
É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígina, louco … e, ainda assim, amar minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.
É ser ofendido física, espiritualmente e moralmente, mas mesmo assim, continuar amando minha Umbanda.
É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos Encostos, e, mesmo assim, levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade.
É ser Umbandista e pedindo sempre a Zambi para que eu nunca esteja Umbandista.
É acreditar, mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão alí, ao nosso lado, momento a momento nos dando força e corragem; ser Umbandista é, acima de tudo, acreditar no,s Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.
É dizer sim, onde os outros dizem não!
É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos, estão fazendo.
É vestir o branco sem vaidade.
É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou, e não ter orgulho.
É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade, onde muitos possam ver ostentação.
É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca.
É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros.
É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.
É estar sempre pronto para servir a espiritualidade seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na macaia, seja nós caminhos … seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja necessário.
É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.
É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras, sentindo seu corpo moído, e, ao mesmo tempo, sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho.
É sentir a força do soar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual.
É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.
É ver um consulente entrar o terreiro chorando, e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo.
É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.
É ser Umbandista, mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifífio não sejam Umbanda.
É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.
É saber o que significa a Umbanda não para você, mas para todos.
É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nuncar estar …
É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrimas, aflição, alívio, ráiva, amor, mau e bom, mal e bem … os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problem,as de quem a procura.
É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram.
É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você.
É amar com todas as forças essa, Religião maravilhosa chamada Umbanda.
” A Morte é tão convicta de sua vitória, que nos dá a Vida inteira de vantagem…”

Prece de Cáritas.

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade! 
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. 
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor,  para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas  fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. 
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.
Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja.
A prece, denominada De Cáritas, tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas.
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma  das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual".
Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até n;os, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, o próprio texto em francês (como foi transmitido) da Prece de Cáritas.

Como nasceu a Umbanda?

A Religião de Umbanda foi fundada no Brasil dia 15 de Novembro de 1908, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do seu médium Zélio Fernandino de Moraes.O Caboclo se manifestou em uma sessão Kardecista em Niterói onde anunciou: “Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e há de perdurar até o final dos séculos... Amanhã, na casa onde meu aparelho mora, haverá uma mesa posta a toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar, independente daquilo que haja sido em vida, todos serão ouvidos e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai.”Assim o Caboclo das Sete encruzilhadas fundou a primeira tenda de Umbanda, “Tenda Nossa senhora da Piedade”, mantida até hoje pela filha de Zélio, Zilméia de Moraes.Ali mesmo o caboclo previu muitos acontecimentos históricos que viriam a acontecer como a primeira e segunda grande guerras e algumas revelações como a de que ele mesmo teria sido em outra encarnação o Padre Gabriel de Malagrida sacrificado na fogueira da inquisição por ter previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755, em sua ultima encarnação teve o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.Assim temos que a “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade”, Zilméia filha de Zélio de Moraes, afirma que “Umbanda é Amor e Caridade”.Da casa do Zélio vieram muitas outras casas que se multiplicaram em outras tantas, mas muitas outras viriam depois sem nenhuma ligação material com a primeira, pois a mediunidade surge em todos os cantos e através dela se manifestam as entidades de Umbanda, independente dos laços físicos ou iniciações. O crescimento da Umbanda foi vertiginoso, em sentido horizontal, sem “Papas”, com pouca hierarquia, sem núcleo, sem unidade, sem um órgão que unisse a todos, pois ela simplesmente se manifesta e pede muito pouco para se manter.A Umbanda não foi codificada, como foi o kardecismo em sua origem por Hippolyte Leon Denizard Rivail (Livro dos espíritos, Livro dos médiuns, Evangelho Segundo Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) a Umbanda foi manifestada e o kardecismo esclarecido, por isso temos muito a aprender com o Kardecismo sobre esclarecimento e eles muito a aprender conosco sobre manifestação.Costumo dizer que se não temos uma “Bíblia Umbandista”, todos os livros sagrados da humanidade são nossos, para extrairmos o que eles tiverem de melhor, temos a liberdade de estudar a Bíblia Cristã, o Tora (Judeu), O Alcorão (Muçulmano), O Tao Te Ching (Chinês), O Zend Avesta (Persa), Os Vedas (Hindu) e tantos outros.Não temos 10 mandamentos Católicos, mas nos basta apenas um mandamento:“Amar ao próximo como a si mesmo e Deus acima de todas as coisas”Não temos sete pecados capitais (gula, avareza, inveja, ira, luxuria, orgulho e preguiça) porque não acreditamos em pecado, mas cremos em vicios e virtudes, nos sete sentidos da vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) dentro de nosso livre arbítrio, onde o que se volta para o ego torna-se vicio.Não temos dogma nem tabu, pois na Umbanda ninguém é obrigado a aceitar nada, mas o conhecimento vai sendo absorvido naturalmente e da mesma forma a própria religião evolui e se adapta.Umbanda não é uma seita religiosa, Umbanda é religião, portanto tem seus fundamentos próprios que devem ser esclarecidos.O conceito de seita é muito antigo e vem da época em que haviam religiões oficiais, onde aqueles que se opunham de alguma forma àquela liturgia, formando grupos discidentes, eram chamados de seitas e portanto considerados “hereges”, à margem da sociedade. Hoje em dia o termo seita é muito mais utilizado para identificar grupos de fanáticos religiosos, que mantém facções em cima de práticas e conceitos que vão contra o bom senso comum. A Umbanda não é um grupo discidente, não surgiu para se opor a ninguém, não usamos métodos de conversão ou fanatismo doutrinário, as práticas religiosas jamais poderão atentar contra o bom senso ou os valores de moral comum. Com base nestes dados podemos dizer com certeza que Umbanda é religião e o que está surgindo é uma base umbandista, com fundamentos umbandistas, diretamente recebidos pela espiritualidade.O objetivo das religiões é religar o homem a Deus, simples, cada uma de uma forma diferente, pois diferentes são as culturas, não existem religiões melhores que as outras.O Catolicismo é a melhor religião do mundo para o Católico, da mesma forma o Judaísmo para o Judeu, o Islamismo para o Islâmico, Budismo para o Budista, Kardecismo para o Kardecista (embora muitos não o consideram como religião) e Umbanda é a melhor religião do mundo para os Umbandistas, ao mesmo tempo uma não é melhor que a outra, mas satisfazem necessidades sociais, culturais, grupais e individuais. Podemos e devemos absorver o conhecimento de outras religiões, ampliando assim nosso universo espiritual. Na verdade temos a aprender com todos e todos têm a aprender conosco, quando a única religião for o Amor, o que existirão serão práticas diferentes deste Amor, Umbanda é a nossa prática do Amor.A Umbanda surge da necessidade de uma nova realidade cultural miscigenada, do encontro destas culturas do índio brasileiro, do negro africano e do branco europeu somando uma riqueza espiritual muito grande de um novo povo, que não se enquadra mais nos moldes clássicos de religiosidade, um povo que não aceita fronteira espiritual, que não aceita tabus ou dogmas, um povo que além de tudo isso vive na era da informação.As práticas da Umbanda são milenares como a defumação, magia natural e cerimonial, manifestação mediúnica, adoração às divindades e principalmente o culto a natureza onde o divino se manifesta em sua forma mais pura, estas práticas são tão antigas quanto as lendas da Lemuria e Atlântida, atraindo para a Umbanda espíritos muito antigos, ancestrais já fora do circulo reencarnacionista, que adaptam à simplicidade da Umbanda seu conhecimento já esquecido pela humanidade, verdadeiras egrégoras de remanescentes de outras religiões extintas na matéria formam linhas de trabalho dentro da Umbanda. Parece difícil conceber ou organizar tudo isso, mas “a Umbanda traz em si energia divina viva e atuante à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais, energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento do mundo.”Cada um ou cada grupo umbandista realiza seus trabalhos, sessões, segundo seu ponto de vista, sem deixar de ser umbanda. Cada casa, templo ou tenda é diferente um do outro e todos são centros ou “igrejas de umbanda”.O que há em comum é a essência e não a forma!Mas é tudo muito novo, se compararmos com outras religiões a Umbanda que tem quase 100 anos não está nem engatinhando, enquanto muitos acham que ela já é uma “velha senhora”, tudo está por fazer na Umbanda, principalmente no campo do esclarecimento da essência. Muitos estudam a forma, o trabalho realizado dentro do seu grupo (tenda), quando observam um outro grupo afirmam que o outro não é Umbanda por ser diferente, este é um comportamento muito infantil ou de pessoas de má fé, pois:O seu terreiro é Umbanda, mas, Umbanda é o seu terreiro e muito mais, é todos ao mesmo tempo e muito mais, pois ela não está limitada em paredes, ela não está codificada, ela é livre e esta é uma das maravilhas da Umbanda.Agora é preciso entendermos a essência da Umbanda, que são os fundamentos de Umbanda, que só a espiritualidade pode nos passar.“Umbanda tem fundamento”Desde a origem da religião ouvimos falar de “Sete Linhas de Umbanda” e cada um ensinou o que era sete linhas da sua forma, mas ninguém havia ensinado o que é a essência das sete linhas que absorve em si todas as formas.A espiritualidade através da mediunidade de Rubens Saraceni nos esclareceu que as Sete Linhas de Umbanda são as sete vibrações de Deus, pois tudo ele cria de forma sétupla, como as sete cores do arco íris em sintonia com nossos sete chacras. Isto é essência pois na forma para os que acham que sete linhas de Umbanda são Sete Orixás, dizemos sete Orixás são manifestadores de sete vibrações, outros acham que sete linhas de Umbanda são sete santos católicos, dizemos sete santos se manifestam em sete vibrações, outros dizem que sete linhas de umbanda são sete cores do arco íris e dizemos sete cores do arco íris é a manifestação visual das sete vibrações de Deus, outros ainda dizem que sete linhas de umbanda são sete arcanjos e voltamos mais uma vez em sete vibrações de Deus, pois sete linhas também não cabe em uma forma mas são sim a essência de tantas interpretações. Quando encontrar alguém discutindo quais são as verdadeiras sete linhas de umbanda lembre-se disso: estão discutindo sobre a forma e a forma pouco importa, cada um faz sob o seu ponto de vista o que importa é a essência

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Umbanda é de todos, nem todos são da Umbanda!

Um dia hão de chegar, altivos e de peito imponente, pessoas a dizer-lhe:
Sou umbandista, tenho fé em Oxalá, tenho mediunidade...com altivez e força tal que chegarão a impressionar.
Mas quando olhar bem o seu semblante, você o verá opaco, sem brilho e sem o calor de um verdadeiro entusiasta e batalhador em prol da mediunidade umbandista.
A Umbanda é uma corrente para todos, mas nem todos se dedicam a ela como deveriam.
O verdadeiro umbandista sente, vive, respira, se alimenta espiritualmente nela, não com fanatismo, mas sim com dedicação aflorada no fundo d'alma.
Ser umbandista é difícil por ser muito fácil; é só ser simples, honesto e verdadeiro.
Não batam no peito e digam ser umbandistas de verdade, mas procurem demonstrar com trabalho, luta dedicação e, principalmente emoção, de estar trabalhando nessa corrente.
Eu lhe garanto que a recompensa será só sua.